sábado, 25 de outubro de 2008

Homenagem à Pablo Neruda

Navegando na Internet, encontrei com um poema incrível de um escritor igualmente grandioso e incrível.

Lembrei de Pablo Neruda, ou Ricardo Eliecer Neftalí Reyes Basoalto, poeta chileno.Seu pseudônimo foi escolhido para homenagear o poeta tcheco Jan Neruda. Sua obra é lírica, plena de emoção e marcada por um acentuado humanismo. Em seu livro de estréia, com apenas 20 anos, Crepusculário (1923), já se assinou Pablo Neruda que, em 1946, passou a usar legalmente. Sua fama tornou-se maior com a publicação de vinte poemas de amor e uma canção desesperada (1924).

Alternando a vida literária com a diplomática, Pablo Neruda era o embaixador chileno na França quando ocorreu o golpe de Estado que depôs o presidente Salvador Allende. De volta ao Chile, sofreu perseguições políticas e morreu pouco depois, sendo enterrado em sua casa de Isla Negra, ao sul do Chile. Em sua obra destacam-se Residência na Terra (1933), España en el corazón (1937, inspirado na Guerra Civil Espanhola), Canto Geral (1950), Cem sonetos de amor (1959), Memorial de Isla Negra (1964), A espada incendiada (1970) e a autobiografia póstuma, Confesso que vivi (1974), um emocionante testemunho do tempo e das emoções de uma grande poeta.

Em 1971, Neruda recebeu o Prêmio Nobel de Literatura e o Prêmio Lênin da Paz. Antes havia sido agraciado com o Prêmio Nacional de Literatura (1945). Morre em 1973.

E, para homenagear este escritor de talento e personalidades tão marcantes - históricas, na verdade - deixo aqui um dos seus poemas favoritos para que todos possam sentir-se igualmente agraciados com sua plenitude e impressionante precisão literária.

É Proibido

É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.

É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,
Não transformar sonhos em realidade.

É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.
É proibido deixar os amigos
Não tentar compreender o que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.

É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam,
Ser gentil só para que se lembrem de você,
Esquecer aqueles que gostam de você.

É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino,
Ter medo da vida e de seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.

É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,
Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos sedesencontraram,
Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.

É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,
Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.
É proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida,
Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.

É proibido não buscar a felicidade,
Não viver sua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual.

Pablo Neruda

domingo, 19 de outubro de 2008

VIVA LA BOSSA!!!

TODA BOSSA - Tati Soares

Bossa nova e novamente solitária.
Solidária com a solidão.
Só você pra me curar dessa tristeza,
Pra me salvar do amargo do meu coração,
Pra revitalizar meu cansaço,
Pra por um fim nessa invenção.

Bossa atual, bossa arrojada.
Perdida pelo horizonte,
Sempre querendo chegar
E nunca vendo muito do monte
Que as curvas dos teus olhares
Remontam, só por remontar.

Bossa velha, esquecida.
Na memória grava um último suspiro,
Lamentoso e frio,
Como a mulher que em si encontra seu retiro,
E em si se perde sem o encontrar.
Passa o tempo, perde o brio
E o brilho, que jamais esteve em seu olhar.

Bossa anacrônica, atemporal.
Pertence a todos e a tempo algum.
Um sorriso solto, dois corpos ao léu.
É o bailado do samba, o cheiro desse Carnaval,
A mulher que os veste em seu corpo, como véu
E, sendo de noiva, ter um fruto tão incomum.

Bossa minha, Bossa sua, Bossa nossa...
Ah, Santa Bossa!