sábado, 18 de setembro de 2010

Lara, Lara...

Pra quem não sabe (e também pra não gerar maiores especulações), Lara era uma amiga muito próxima, onde sempre, em nossas conversas, surgiam frases lindas, versos incríveis, enfim, pura inspiração. Ela adorava a palavra e eu também, eram sempre inspiradoras nossas conversas...

Tem um bom tempo que nos falamos... Anos!
Da última vez que conversamos, ela estava grávida...O filho dela deve estar enorme agora! rs

E, num momento "revival", cheirando a naftalina, como blusa da bisavó guardada no guarda-roupa desde o casamento da sua mãe, lembrei de algumas conversas anotadas e, achei por bem colocá-las publicamente aqui.

Quem sabe ela não lê e por acaso nos achamos, encontramos e conversamos, como fazíamos aos 15, 16 anos?

Para Lara:

Tens a força que eu nunca atingirei...
Tens a dor...
Tens a frieza de teus passos...
Falas com voz aveludada palavras que ferem, mas ambas anulam-se.
És ridícula e inabalável.
Inalcansalvelmente sonhadora


Para mim:

Te perdes nas palavras, tuas, somente tuas
Também eu me perco nelas - embora em nada me perca
E em ti - embora jamais te tenha encontrado
Admiras e repudias - somos, nisso, iguais
Me decifras, como ninguém
Justamente porque não me ousas decifrar
Tens sonhos... de parte deles, corta, porém, as asas - sorumbatismo em tesoura
És intensidade
Surrealismo
- Intensa e sutil

Para Lara:

Uma vez achei que te podia olhar nos olhos,
Uma vez achei que até podia provar de teu amargo féu,
Deixei de pensar e quando vi eu já o tinhas.
Foges tanto que acabo por encontar-te!
És meus espelho e toda minha dor está em ti,
Portanto sangre por mim, Deusa Vaporosa!
As boas aventuranças foram-se com o vento
E eu aqui estou, novamente, á deriva.
Desiludida e insanamente alegre.
Não preciso de ajuda para saber que estou presa aqui, mas logo minhas asas cicatrizarão e eu poderei voar livremente pra fora deste maldito poço

Logicamente que o conteúdo está completamente gótico. Paciência, era assim como eu era na adolescência. Boba, sonhadora e gótica. rs

Fico por aqui, lamentando muito pela demora na escrita.

A UFF DECIDIU QUE NÓS NÃO VAMOS PAGAR NADA!

Entre os dias 30 de agosto e 3 de setembro, a Universidade Federal Fluminense teve oportunidade de presenciar um momento bastante interessante e importante também: um plebiscito, que fez parte do processo estatuinte da universidade, teve voto universal e decidiu sobre a gratuidade na instituição. Muita gente se perguntou do porquê disso, afinal, a UFF é federal, pública e gratuita certo? Bom, não é bem assim que as coisas funcionam... Atualmente, a UFF abriga mais de 150 cursos de pós graduação pagos: que utilizam espaço e recursos da universidade, com professores concursados – muitos de dedicação exclusiva -, e cobram mensalidades que podem chegar até 1.500 reais. Além da cobrança, esses cursos representam um foco de corrupção: não há prestação de contas – motivo pelo qual a universidade vem sendo investigada pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas da União – e são administrados pela FEC, que é uma fundação de apoio que não precisa fazer licitações ou dar maiores satisfações de como gerencia o seu dinheiro.
Como fez parte da reformulação do Estatuto – processo que já se prolonga há 12 anos, e decidiu levar as divergências à voto da comunidade – a decisão era entre duas propostas de texto, um elaborado pela Comissão Estatuinte que previa a gratuidade do ensino em todos os níves e sob responsabilidade da União; e outro apresentado pela Comissão de Sistematização do Conselho Universitário, que garantia a gratuidade apenas para os cursos de graduação e pós graduação scrito sensu, excluindo dessa forma as pós lato sensu. O plebiscito movimentou a universidade: muitos estudantes, professores e servidores usaram adesivos pela gratuidade, com o porquinho rosa que se tornou o mascote da campanha, e colaboraram divulgando através de redes sociais como o twitter. O pleito teve um total de 13.248 votos válidos – mais que a última eleição para reitor -, o resultado das urnas, apuradas durante todo o dia 4 de setembro na quadra da Faculdade de Direito, apenas comprovou o que clima já indicava: com 86,7% dos votos no Sim, a comunidade acadêmica decidiu por uma UFF 100% gratuita.