domingo, 30 de janeiro de 2011

Começou o ano.


Agora começou o ano pra mim. E como o ano promete, resolvi fazer uma coisa que eu gosto bastante: ir ás compras.

Mas são compras diferentes daquelas que normalmente as pessoas fazem no shopping.

Comprei um caderno novo de 10 matérias e capa dura por 5 reais. Uma caixa com 12 lápis ecológicos por um pouco mais de 2 reais. Um kit com 6 marcadores de texto por quase 8 reais.

Pode não parecer empolgante, por não querer dizer nada, mas me deixou muito feliz. Primeiro porque foi barato (e eu só poderia comprar um novo caderno nessas condições, pq os outros cadernos "de marca", com cheirinho, adesivo, etc custam mais de 25 reais...Pra mim um roubo).

Segundo porque eu adoro uma papelaria, parece me incentivar mais a ler, escrever e mandar cartões. Aliás, falando nisso, teve uma época da minha vida em que eu tinha bem dizer uma coleção de cartões, para todas as situações possíveis: aniversário atrasado, paquera, final de ano letivo, dia do prfessor, amigo triste, etc. As possibilidades eram tantas!

Minha preocupação em sempre ter o que dizer, para qualquer pessoa, em qualquer ocasião começou aos 9 anos, quando a minha única amiguinha de escola foi embora pra São Paulo. Queria imensamente poder dizer que, já que não nos veríamos mais, ela tinha sido uma amiga muito especial pra mim. E aí foi quando eu mandei mei 1º cartão, com algumas frases acrescidas no mesmo por minha conta.

Desde esse dia, quando vi a reação de saudade e um sorriso nos olhinhos brilhantes de Nina, nunca mais parei. Não tive mais contato com ela, não sei onde mora, se tem o cartão (provavelmente não), mas me pareceu a coisa certa a ser feita naquele momento.

O segundo cartão mais marcante foi dado pra outra amiga, que precisava de uma força em palavras que não se pudesse esquecer com o tempo. Eu devia ter 15 anos, e ela é mais velha que eu alguns. Ela guardou o cartão, deu valor, fala nele até hoje (e nem eu esperava que fosse gostar tanto), e nos falamos até hoje, trocamos confidências, conselhos e pequenos puxões de orelha.

Vai ver que é por isso, pelas cartas, poemas e contos escritos em papel com lápis, sem razão e ordem de precedência, perdidos pelos cadernos e folhas avulsas que eu adore a atmosfera de papelarias, e quando maiores e com mais coisas, melhor!

Se eu pudesse, moraria numa dessas lojas que são livrarias, papelaria, meio banca de jornal, loja de CD's...Como a FNAC, a Saraiva ou até a Livraria da Travessa, que trata mais de livros, mas possui uma atmofera histórica encantadora, hipnotizante.

Aliás, falando em Livraria da Travessa, a primeira MESMO surgiu (e ainda existe) na travessa hoje conhecida como "Travessa Pixinguinha", que é a famosa Travessa do Ouvidor, onde tinham alguns eventuais encontros entre boêmios para fazer música boa, com letras comoventes e melodias impecáveis, ou apenas para encher a cara. Se formos lá hoje vamos encontrar um telefone muito antigo, um banquinho e uma caixa de correio igualmente antigas ao lado de uma estátua estilizada de Pixinguinha tocando seu instrumento, e barezinhos e lojinhas, como a Travessa, que obviamente foi batizada pela sua condição geográfica urbana, e persiste ainda preservando sua fachada histórica.


Tá provado que livraria não é só pra ler e comprar livro.

Casamento gay será aprovado em fevereiro. E é no Brasil. Dilma apóia. Entenda o caso e compre sua aliança!

Casamento gay tem tudo para ser aprovado no Brasil em fevereiro. Entenda tudo aqui.

De forma discreta, quase silenciosa, tramita no Supremo Tribunal Federal, o órgão máximo do poder judiciário brasileiro, um processo movido pelo governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral que pede mudanças na lei do casamento para que homossexuais também possam se casar judicialmente. O pedido do governador foi feito em 2008 e é simples: ele pede que os funcionários homossexuais do Estado do Rio possam se casar para que lhes sejam equiparados direitos dados a casais heterossexuais (pensão, previdência, auxílio moradia, financiamentos especiais...). Ao propor tal processo, Sergio Cabral sabia que caso o Supremo aprovasse seu pedido, automaticamente TODOS os brasileiros gozariam da decisão, já que decisões do Supremo são válidas para todo território nacional sem possibilidade de recurso. O pedido está em fase final de conclusão e será votado em plenário no mês de fevereiro. E, melhor de tudo, a chance de ele ser aprovado é enorme.

Tudo muito bem explicadinho
O relator do processo é o ministro Carlos Ayres Britto. Ele está finalizando sua justificativa, que terá 32 páginas, sobre o assunto, em suas férias. Sua justificativa será apresentada aos outros ministros do Supremo em fevereiro próximo, assim que as férias da Corte terminar. O texto do Ministro deve ser FAVORÁVEL ao casamento gay. É esta informação que corre nos corredores do Supremo. Se essa informação se confirmar, no texto que o ministro redige atualmente ele irá expor os motivos pelos quais acredita que o casamento gay deva ser permitido no Brasil.

É o voto dos outros ministros que decidirá se o casamento passará a ser permitido ou não no país _o voto do Ministro Carlos vale tanto quanto cada um dos outros votantes. Ok, mas vários dos outros dez ministros do Supremo já se posicionaram a favor da matéria em outras ocasiões, como a Ministra Ellen Grace. Além disso, o próprio Ministro Carlos Ayres Britto, conhecido por sua discrição, deixou sub-entendido que o casamento tem grandes chances de ser aprovado no Supremo, já que em decisões recentes e isoladas o Tribunal sinalizou ser favorável à causa. "É um caso em que não tenho prognóstico. Quem sabe teremos uma bela surpresa?”, disse Carlos sobre o assunto.

É práxis entre os Ministros não darem entrevistas sobre processos ainda não votados, como é o caso. O que Carlos diz com essa frase faz alusão a dezenas de Tribunais regionais de primeira e segunda instância espalhados pelo país que já permitiram que homossexuais se casassem. Há decisões do tipo em praticamente todos os estados do Brasil, em especial nos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Essas decisões todas são levadas em conta na decisão dos Ministros do Supremo.

Carlos Ayres Britto disse ainda que “se a tese _do casamento gay_ for consagrada, pega todo mundo”. Isso significa que caso o STF julgue procedente o pedido do governador do Rio de Janeiro, eu, você e todos nós poderemos nos casar.

Presidência a favor
Nos bastidores do Supremo a aposta é que a maioria dos ministros siga esse entendimento. E tem mais: o Planalto deu um jeitinho de mostrar-se favorável ao tema: a Advocacia Geral da União, que é montada pela presidência, encaminhou parecer ao STF defendendo a posição do governo FAVORÁVEL ao reconhecimento da união entre pessoas do mesmo sexo. O texto oficial enviado pelo Planalto aos Ministros lembra que a Constituição protege a dignidade da pessoa humana, a privacidade, a intimidade, e proíbe qualquer forma de discriminação. O texto foi enviado em 2009, com Lula presidente. Mas o parecer da AGU que defende a união gay não foi recolhida pela nova direção da Advocacia Geral da União, agora sob comando de Dilma.

Vale lembrar, ainda, que o Supremo Tribunal Federal não cede à pressão de nenhuma corrente pública _nem de evangélicos, nem de católicos, nem de grupos gays. As decisões da Corte são técnicas e constitucionais. Isso significa que os grupos contrários ao casamento gay podem espernear a vontade, de nada adiantará.



Fonte: http://mixbrasil.uol.com.br/pride

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Tem que demorar

Tudo que é importante demora.
Como um banho, você demora porque quer se limpar, quer se perfumar, quer curtir a sensação da água pelo seu corpo, quer se sentir linda e perfumada, lava e ajeita os cabelos com cuidado, mas não faça isso por outra pessoa.
Um vestido lindo, novo, por exemplo, não deve ser vestido para que outra pessoa admire, basta que você mesmo se deleite, se sinta bem.
Os homens realmente não reparam muito nisso, lógico que o aspecto visual conta sim, mas conta menos do que a gente imagina.
Já conheci mulheres lindíssimas que não sabiam a diferença entre destinatário e remetente, por exemplo.
Burrice é desestimulante. Saber conversar e ter bom humor é essencial. Porque um sorriso dado com a boca é lindo, mas um dado com os olhos é perfeito, dá pra sentir a alma se abrindo, toda florida.
E aí aquela demora toda no banho se compensa.
Não basta conhecer alguém e levar pra cama, ou dizer que ama no dia seguinte. Coisas que vem rápido, realmente vão rápido.
Quando se constrói um sentimento ao longo do tempo, com a mudança de humor, de fase, de pensamento, com as chatices, as teimosias, as manias, aí sim se torna sólido. E além de sólido, se torna real.algo que não se pode quantificar com palavras.torna-se mais honesto, palpável, por saber exatamente o que se está sentindo, como e por quem.não importa saber o quanto ou até quando ou por que.
Ás vezes nos fazemos as perguntas erradas sem perceber.
É necessário muita coragem pra admitir uma coisa dessas pra si própria.
Sempre que vemos um filme, um relacionamento lindo, perfeito, lembramos sempre de algum que não deu certo, ou comparamos com o atual.
Se estivermos felizes, sorrimos, pra fora.se estivermos em crise, nos afastamos ainda mais do que sentimos pelo outro.e se estivermos sozinhos, é provável que nos sintamos culpados.
Por que essa culpa toda?
É tão vital assim nos sentirmos perdoados?
Novamente estamos perguntando a nós mesmos quanto, até quando e por que.
perdoar é um exercício de caridade. É preciso nobreza de espírito pra perdoar, de verdade, de dentro pra fora.
Quando se perdoa, se esquece.
E quando imploramos (ou esperamos) o perdão...desejamos realmente nos sentir bem com a outra pessoa ou só desejamos ficar em paz com nossa própria consciência, nos sentir bem, afagados no ego, um jeito de acalentar nossa vitimização.
Por isso nos embaraçamos em uma culpa que não existe; sempre esperamos uma reação do outro. A maioria vive de fora pra dentro, reparando no que o outro faz, como faz, o que fala, como escolhe as palavras, como lida com sua família, como se relaciona amorosamente, etc.
Sempre desejamos nos adequar ao outro. Isso, por mais paradoxal que seja, é egoísmo.
Egoísmo porque queremos fazer com que alguém nos veja como referência, como reflexo, como tudo aquilo de bom que essa pessoa espera.e quando erramos, parece que esse espelho se arranhou, ou rachou, ou quebrou...depende do erro.
Esperar que alguém te perdoe é perda de tempo, é como esperar uma libertação pra uma culpa, um erro, que só existe dentro da sua cabeça, te oprimindo.
Perdoe-se e liberte-se por si só. Vale muito mais a pena, porque isso sim é verdadeiramente uma liberdade.
Há quem tenha complexo de culpa, que sonhe em ser perfeito o tempo todo, da manhã até a hora de dormir.
O que eu posso dizer é que com o tempo nada disso vai parecer fazer sentido.
Eu mesma era assim.
Descobri que eu era tão medrosa, que não conseguia mais viver, no sentido de aproveitar a vida.
Em casa era como queriam que eu fosse, fazia o que mandavam, e ignorava tudo que achava grosseiro, que me chateava, que me fazia sentir humilhada. E sempre me iludia pensando que as coisas iam melhorar por si só, como passar do tempo.
Não existe nada que mude sozinho, sempre há a necessidade de um estímulo, um ponto de partida, aquele pontapé inicial que nem sempre vem de nós mesmos, mas sempre vem, e quando vem, é quase uma revolução.
Eu estudava como esperavam que eu estudasse, tirava ótimas notas. Queria estudar porque eu gostava, e fazer uma faculdade com a qual me identificasse, que amase realmente.
Me relacionava como os outros viam. Até então, todos os meus relacionamentos foram pautados no que eu ouvia de pai, mãe, amigo, colega, etc.
Cheguei a conclusão de que não estava sendo eu mesma há muito tempo, e comecei a ter dúvidas se eu saberia responder essa pergunta, tão simples: quem sou eu, afinal? Do que eu preciso? O que eu efetivamente quero? E o que eu não quero?
Até hoje não tenho uma resposta fechada pra isso, porque sempre que me descubro um pouco mais, adiciono um ou dois adjetivos a mim mesma, sejam eles positivos ou negativos. E quando penso no que eu quero...quero tanto! Quase posso abraçar o mundo com as pernas! E quando penso no que eu não quero a lista é tão longa! Mas isso não importa.
Ter definição pra vida também é tolice, porque é uma forma de limitá-la. Qualquer definição implica em limitação. É como se pegassemos uma palavra, qualquer uma, riquíssima nos seus sons, significados, e colocassemos nela uma forminha, aí sempre que essa palavra aparecer pra gente, no nosso subconsciente vai aparecer a forminha, pronta, com aquela palavra encaixotada.
Se com uma palavra é asfixiante assim, imagine com um vida inteira!
Uma vez eu ouvi de um amigo-professor (ou professor-amigo, sei lá) que a felicidade não é um ponto de chegada, é a busca por ela, é o processo, é o "cair e levantar".
É por isso que responder definitivamente as perguntas supracitadas não é necesário. O melhor de tudo é buscar a resposta, é testar esse auto-conhecimento, sempre tentando expandir, ao mesmo tempo em que é necessário sempre se focar em algo, indo mais a fundo, tentando descobrir as raízes de algo.
Dessa forma parei de me amarrar ao que os outros queriam, e pensavam, e faziam, etc...
Parei de ter medo.
Exceto quando se ama.
O amor é contraditório. É cruel, é lindo e é extremamente indefinível.
É como um veneno que a gente gostasse de tomar em doses homeopáticas, que a gente não sabe como vai nos matar e se vai nos matar.
Mas o amor é bom, faz parte da vida, e por mais que seja sofrido, é gostoso, te engrandece, te ensina, te inspira.
O mais impressionante do amor é que ele nos tira dos eixos. Ficamos sensíveis, pensamos muito, sentimos demais, a cabeça fica um pouco fora da realidade.
Buscamos tanto o equilíbrio que passamos a vida tentando acertar, por isso tantas vezes nos abandonamos em virtude do que o outro pensa, do que o outro vê. Tem quem se jogue de cabeça sem pensar nas consequências, assim como tem quem se controle e até se prive de conjugar o tão complexo e simples verbo amar.
Ás vezes perder o equilibrio da vida por amor, ou pelo amor, faz parte de viver a vida em equilibrio.
O amor demora a acontecer. Ainda bem.
Mas quando acontece é irrevogável, como a palavra depois de dita. Palavra... Por si só repleta de significações. A linguagem confunde e trai, tanto quanto é bela, como o amor. Por isso demoram tanto pra ser contruídos. A gramática da vida é a que mais tem regras, e mais excessões do que regras, por vezes.
Manter-se em equilíbrio exige demais de si mesmo, viver e saber aproveitar cada momento, saboreando cada vão momento, em toda sua coimpletude, saber que tudo de acaba e fazer fixar-se na memória como eterno, tudo isso é difícil. E nem todos conseguem, nem de pronto, nem com anos de meditações, reflexões e terapias. Amor... Dentre substantivo, adjetivo e verbo, este último é sempre o mais difícil de saber como lidar, mas quando o tomamos com coragem, ele muda.
A vida floresce. Não é fácil de se adaptar aos percausos e todas as grandes mudanças que com o tempo vem. Só floresce quando nos damos conta de vivê-la para vivê-la, e não por vivê-la.
O segredo está na coragem. Pra mudar, pra crescer, pra errar, pra amar, pra tudo.
Viver exige coragem. E paciência. Porque demora...