quarta-feira, 25 de maio de 2011

Pluvial

Algo em mim morreu, acho que foi o coração.
Podre, solitário e vazio.
Cansou-se de esperar pelo amor que nunca veio.
E quando veio, passou.
Que nem nuvem escura depois que chove.
Passa e nem se sente,
Só depois que a chuva acaba
Que se percebe a força da água
E o que ela lavou.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Frui Anima

Aproveite a noite
Aproveite o dia
Aproveite tudo que a vida
Pode lhe mostrar
Pois com acertos a gente ri
Com erros a gente aprende
E amores, na boemia,
Nunca hão de faltar.
Não importa o quanto durem
Não importa o quanto lembrem
Não importa nem o que vão realizar.
O que importa é que dessa vida louca
Por mais que hajam consequencias
Só na hora certa é que vão chegar.
Tudo se encaixa nessa vida
Independente de como vai combinar
Todas as intempéries
Até então desconhecidas
Um dia todos hão de provar.
Porque a vida não é feita de certezas
Mas sim de momentos
Que aparecem casuais no destino
De quem está disposto provar.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Confesso

Não acho que escrever em blog seja um bom lugar pra declarações amorosas, muito embora já tenha feito esse tipo de coisa antes.
Não sei o que dizer.
Não tenho vontade de gastar poesia com alguém que nem sequer consegue sentir vontade de ser romântica ao menos uma vez que seja. Que tipo de pessoa realista, e em partes cruel por isso, pode se sentir de fato comovida com meu jogo de palavras? Ou com o que fica atrás daquele duplo sentido? Não ela.
É o tipo de mulher que acha bonito e curte as poesias, mas não sente.
É uma mulher, de fato. Mais velha, estável e sossegada. Possui uma paz que não pertence nem a ela própria. Uma carga de responsabilidade que esmagaria muita gente. Mas é fechada.
Não dá muito valor as coisas que eu falo, mas dá mais atenção do que valor.
Também não presta muita atenção nas coisas ao seu redor, dirige mal, e consegue ser muito mais teimosa do que eu. Às vezes é incoerente. Tímida, rígida, me parece desconfortável comigo de vez em quando.
Olhando assim, parece que ela é uma criatura horrível, né?
Mas eu não consigo ver nenhum defeito (que não seja a teimosia) nela.
Quando sorri me encanta, quando me beija me derrete, quando escuto a sua voz me deixa feliz (na maior parte das vezes). Na verdade mesmo, quando sinto ela por perto, me dou por satisfeita. Quando dormimos juntas é acolhedor e quando acordo e vejo que ela está lá, é perfeito.
Posso fazer o que? Sou apaixonada sim. E amo.
Por mais que eu diga que não me incomodo com isso, sinto falta de demonstrações de afeto, sinto falta de me sentir livre, sem culpa, a vontade. Falta um pouco disso quando estou com ela. Não acho que é necessário sair pelas ruas dando beijos e agarros, mas não vejo problema em andar de mãos dadas com a pessoa que eu amo pelas ruas, por exemplo. Também não consigo ver problema em olhar nos olhos dela e fazer um carinho no rosto em público. Não consigo entender qual o problema de demonstrar meus sentimentos por uma pessoa de forma afetuoso - e nada chocante - de forma pública, porque, quando estou com ela fico tão feliz, tão radiante, que só penso em deixar claro pra todos a forma como me sinto realizada ao lado de uma pessoa que eu escolhi - e que por sorte me escolheu também.
Não dá pra ser feliz escondendo o que se sente...
Acho que isso é uma das coisas que mais me deixa insegura nisso tudo...além dos fatores óbvios causados por todas as diferenças que nos envolvem.
Quero ter forças sozinha pra aprender a lidar com isso. Mas não tenho. Preciso dela.
Só ela é capaz de me destruir com um silêncio e de me fazer sentir gigantesca com um sorriso.
Seria ótimo que ela se soltasse mais, mas por outro lado, será que eu não estou pedindo demais? Mas, pensando bem, é justo comigo mesma me sentir insegura e apreensiva por conta dela?
Não sei mais o que pensar.
Não sei o que dizer, continuo sem ter certeza das coisas...
Era pra ser uma declaração, mas não me saí muito bem.
E peço desculpas por isso.
Só... Amo essa mulher. E isso é motivo suficiente pra perder a cabeça várias vezes.