sábado, 1 de novembro de 2008

Boemia...

Bamba

Ah, essa vida vadia que levo...
Levo aparências que não posso perder
Mil máscaras que quis usar
Fantasias pra sobreviver
E aprender que viver
É muito menos do que aquilo que se reclama
E que as pessoas que nos rodeiam
São muito mais do que aquilo que vemos...
Ou esperamos.

Meu coração vagabundo
Que tenta amores impossíveis
Desbrava e inventa contos de fada
Compõe e descompõe musas intocáveis
Que se extasia em ver desabrochar flores e amores
Que se arrasta aos cacos e prantos
Até o próximo amor
Com trilhas sonoras que jamais serão usadas
E faz cada novo amor parecer o último
E talvez, com sorte, o único.
Até chegar outro...
Esperando não chegar.

Uma vida de sonhos, paixões...
Sorrisos e decepções
Que só se descobrem
Quando se espera aquilo que não deveria
De algumas estruturas com falsos alicerces.

E assim se esvai a vida
A cada dia menos expectativa
E a cada sonho um novo mundo
Pronto pra ser desvendado
E revelado
Pra se descobrir que os sonhos que se tem
Não são um mundo que construído
E que se quer atingir
E sim aquilo que está tão perto
Que tropeçamos sem querer enxergar
Na correria pra alcançar
Algo que já se tem.

O tempo é sábio
Como dizem por aí
Mas só se entende essa frase
Quando se tem tempo demais na vida
Ou dor demais
Pra se repetir isso aos quatro ventos.
Mas ninguém acredita.

Meu coração
Mal vivido, mal trapilho, maltratado,
Mal visto e malandro
Com amores acorda
Com amores dorme
E mais amores cria em sonho
Me faz vagar entre caminhos cegos
E saltar de ilusões em ilusões
Só pra sentir o gosto
De mais outra desilusão.

Meu vagabundo coração
Que é criança
Por querer brincar comigo,
Com a vida que passa
E muitas vezes repassa
Em seu redor.

Meu vagabundo coração
Que bêbado caminha
Trôpego e soluçante
Passo a passo
E perde o passo
Mas nunca o compasso
Da boa e velha
Cadência de um samba.

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