segunda-feira, 28 de março de 2011

Sumiu como chegou

Decepcionada.
Machucada.
Incomodada.
Você fala "Vai!" e antes de terminar escuta a porta batendo...
Descobre que aquilo que você amava, na verdade nunca fez sentido.
Descobre que seu estado civil, seu contrato social, é mais importante do que qualquer sentimento.
Aliás, que sentimento é esse mesmo?
Porque você nunca reparou, você é insensível.
Você só ouve silêncio e a culpa é da surdez que você nunca teve.

A ferida está exposta e disposta a não se importar em me machucar e afasta o sentimento que não era pra afastar e me dói e incomoda como se nunca mais fosse parar de sangrar.

Ela não fala, ela não bate, ela não grita, ela não xinga, ela nunca se manifesta.
Ela te consome, te enlouquece, te irrita, te faz querer matar...E você se vê dependente da dor e do vazio que só ela te faz sentir.
Poderia ser qualquer droga, mas é um vício muito pior.


Mandei sumir, e foi. Sem fazer força pra ficar. Sem olhar pra trás.
E pior do que essa dor... É ter certeza que não é correspondida, nunca foi.
Quando a gente ama alguém, quando gosta, quando se importa, luta.
Não houve luta.
Só ausência.
E abandono.