domingo, 27 de junho de 2010

Arrefecimento

Tive um relacionamento incrível quando ainda fazia odontologia.
Foi concerteza o mais intenso, insano e profundo.
O mais doce, e tb o mais amargo.
O mais rápido e o mais inesquecível.
Onde eu errei mais e pior e acertei menos e não tão bem assim.
Ficamos, e uma semana depois namoramos, depois quase casamos...e Isso tudo durou uns 5 meses...Aí as férias vieram e tudo se acabou.
Mas eu insisti, e...Não deu certo.
Forcei demais.

Enfim...
O tempo passou...Tem um ano quase.
Eu ainda lembro das coisas que a gente viveu, do que a gente falou, das músicas, do clip do gatinho de 7 vidas (e acho q ela dignamente chegou na 7ª agora, e só agora eu tb percebo como ela se sacrificou por mim), lembro tb do "homi" que pulou pela janela do apto dela e eu não quis acreditar pq a gente tava dormindinho no quarto. Lembrei no livro q ela me emprestou que falava de Literatura Russa abessa, e tb me apresentou Liliana...A peculiar Liliana que eu enchergava nela, e que eu nunca vou conseguir esquecer.Lembrei dos cafés de tarde, da primeira vez q alguém saiu comigo pra jantar na vida, lembrei doa filmes, das comidas loucas no meio da madrugada que tinham um gosto horroroso. Lembro de ver MTV o tempo todo (e até hoje sinto o cheiro dela, do sofá, e a casa de modo geral se assisto a uma vinheta da MTV).Lembrei das noites sem dormir, da matéria que se acumulava pra gente estudar e da nossa negligência nada salutar.Lembrei dela falanado "u-hum!" pra tuuudo, ou então "boniito, boniiito"...Me dava nos nervos, mas eu adorava, tanto que hoje em dia é meu vício de linguagem favorito.
Lembrei do único e último filme juntas: "quem quer ser um milionário". Lembro dos olhos dela cheios de lágrimas, gritando pra que eu nçao fosse mais atrás dela...e meus ouvidos surdos.
Lembrei de como eu ficava sem jeito com ela, lembrei tb de quando eu tirei a copia da chave e limpei todo o apto, e ela chegou sem entender nada.
Lembro do frio que era de manhã, e a preguiça dagente de ir pra mais uma aula chata, podendo fazer nada juntas, ali.
Lembrei de quando eu pegava a camera dela e ficava tirando fotos e fotos, e vídeos toscos, e daí surgiu o "ninguém pode saberrrrr".
Lembrei da caixinha cinza, de ouvir "porcooona" e responder "leitoooooa" e depois rir, lembrei dos perfumes dela, da bagunça que era dentro do armário (e fora também).
Lembrei das pulseiras, que se arrebentaram, como quem quisesse dar um sinal do que ia acontecer.
Lembrei de quando todo mundo soube...
Lembrei de quando todo mundo começou a falar...
E comecei a lembrar das coisas ruins...
Lembrei da primeira briga com ela...e da primeira por ela.
Lembrei de coisas que ela nem sabe.
Lembrei do ciúme incontido que eu sentia dela, e quanto mais ciume, mais ela se afastava, mais eu prendia, mais ela ia embora...
Lembro até hoje de dois dias: O dia que ela conheceu o Yann, e ficou muito bêbada e fez besteira, na minha frente, na rua; e o dia em que eu bebi pouco, mas fiz uma besteira maior ainda, em casa mesmo, mas que me fez chegar definitivamente no limbo, na falta de razão, na torpice mor que eu jamais imaginei chegar. Foi a primeira vez que tinha sido cruel assim, a primeira e última vez, e acho que nunca vou conseguir nem esquecer, nem me perdoar por isso.
Nos dois dias, eu era um bicho, irracional, frio, repleto de ódio por dentro, um ódio que queimava, que cegava, que me colocava um antolhos e não me permitia ser eu.

Mas, o tempo passou...

E eis que vejo uma declaração de amor mais do que linda no profile do abrigo atual dela, a pessoa onde a paz dela mora e onde ela reside no abraço:

" Ab imo pectore, ab imo cordeAh, se nos dias em que chorei desilusões,Conhecesse ou suspeitasse o que me aguardava!Choraria? Provavelmente! Todavia sem tristeza pelo fim,Mas com alegria de uma nova etapa. Afinal não foi fim, foi transição.Não foi sofrimento, foi aprendizado.Não foi amor, foi preparo.Não foi frustração, foi dever cumprido.Mas se soubesse que tudo se resumia nisso...Ah, tudo teria sido mais fácil! Hum... E tedioso?E se soubesse que hoje estaria como me encontro?É, não seria bom. Acabaria por desejar pular etapas.E quão sem graça seria não ter como presenteA surpresa daquele quase primeiro beijo inesperado. Foi a procura de Gêmeos, no céu da serra fluminenseEm um sábado a noite do mês de agosto:“Ali, gêmeos, oh! Ali.” _ dedo apontado.“Ali? Mas está mexendo! Haha” _ respondi.“Oh! Ih, é um avião! Haha!”Suspendemos o Drury’s!E se fez silêncio... “merda”e se fizeram olhares: “merda”e se fez enlevo: “não me olha assim!”e se deu a aproximação: ”assim como?”Sinceramente não sei descrever com fidelidade!Senti tanta euforia e tanta magia no momentoQue me escapou reparar os detalhes, Tudo que sobrou foi me perder em você.Não pude me prender a outra coisa, só sentir,sentir sua respiração confundida na minha,ou "AS MÃO" esquecidas penduradas na minha nuca,ou ainda a minha testa escorada na sua, seus olhos tão de perto ofuscando tudo mais,o roçar de leve dos lábios macios num quase beijo interrompido... [merda!³²¹]E estranhamente celulares aprendem a voar! [o.O’]Não precisou mais que 4 dias de meros “oi” trocadosPara que inconscientemente me subisse o desejo,O feliz desejo, de sentir você junto de mim,De provar o sabor dos seus lábios e o calor de tocar sua pele.E você virou música: Soneto do teu corpo;Um certo alguém; Minha flor, meu bebê; Mimar você; Quando te vi; Contra o tempo; Sorte; Tanto amar; Quem,além de você (essa quase! que medo! UFFa!) Menos de uma semana, hein? Que rapidez em me conquistar!E muito bem conquistada, né? Já estamos esbarrando em um ano!E ainda lembro, no Manhattam, do primeiro pedido de namoro,O outro no seu quarto dias depois, e mais um outro no meu quarto...Confuso... todos foram aceitos. =S36 dias depois de nos conhecermos, cedemos... “vambora”, namoro.2 meses depois do primeiro beijo... “não sei amar na vida mais ninguém”.3 meses de férias sem você por perto... desespero! [“acaba férias”]690 meses aproximados que me restam... não os vivo sem você!Mudando de assunto... Quantas viagens escondidas mais teremos?Tudo bem, não era mesmo essa a pergunta, foi só pra enrolar...Vai ser mesmo o meu pingüim? Sabe o que mais? Hoc erat in votis!Afinal, você quem me ensinou quePectus est quod disertos facit, então:833 26666!Ad fidem S2 ad ti... "


Me emocionei, sinceramente.
E aí a ficha caiu.

Se eu pudesse voltar no tempo, teria feito tudo com mais cautela.
Se eu pudesse pedir desculpas novamente...
Se eu pudesse, mudaria o passado e faria do meu presente algo bem mais tranquilo.
Porque não me incomoda a felicidade dela, pelo contrário, fico feliz também.Mas aquele sentimento de que eu fiz tuuudo errado ainda permanece.
Nem deveríamos ter nos conhecido, mas nos envolvemos e eu...Eu me perdi em palavras, em gestos e em pensamentos, que culminou em um desgaste infinitamente maior do que merecíamos ou precisávamos.
Se ela pudesse ler isto...
Adoraria que ela soubesse do meu arrependimento, da minha vida que seguiu, dos meus tropeços, das minhas vitórias, dos meus motivos, das minhas justificativas...
Queria que ela conhecesse quem eu sou agora, soubesse o que aconteceu nesse um ano, queria poder abraçá-la sem sentir mágoa, ou pena, de mim mesma...
E talvez eu não deixasse transparecer que eu ainda penso e me preocupo com ela.
Não no sentido de novamente desejá-la, mesmo porque, se eu soubesse que ela ia ser tão feliz, tão plena, tão leve, tão...LILIANA, talvez, pelo tamanho do amor que tive por ela, tivesse compreendido a necessidade de deixá-la ir e tivesse aproveitado melhor os dias que eu pude passar ao lado dela.
Com ela aprendi um monte de coisas...Mas acredito que a mais valiosa foi que o tempo é valioso, e que não se deve apressá-lo ou atrasá-lo.
Um dia eu digo isso a ela.
Um dia.

Ainda bem que as palavras não se cansam de esperar e nem se perdem por esperar.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Sentimento...

Depois de muito tempo sem postar nada, e sentindo que abandonei muito meu blog, caçei um tempo pra estar aqui, e consegui.
Está muito complicado pra mim a questão do tempo mesmo. Trabalhando, estudando, militando...E eu ainda tenho família e (tinha a pouco tempo atrás) namorada.
E é por ter falta de tempo que estou aqui só agora.

Então vamos falar/escrever.

Só uma atualização rápida desde que eu parei de escrever.
Faculdade: Muito divertida, muito corrida, e decepcionante em alguns pontos.Posso dizer que entre prós e contras, está 50% pra cada um.
Militância: Cada dia me sugando mais, e por vezes frustrante. Não pelo fato de militar em si, mas por me enganar quanto as pessoas. Não imagino e nem quero que todos concordem comigo, com minhas convicções, com minhas opiniões, mas queria sim que pensassem por si só, que refletissem sobre o que aconntece atualmente na Universidade, no Brasil, no Mundo, e se querem mudar (ou não), como será essa mudança, etc. São coisas que até então eu julgava básicas, mas descobri que não.Nem todo mundo pensa assim, e nem todo mundo é politizado em ciências sociais, nem todo mundo de fato se preocupa com a classe trabalhadora, ou melhor, a preocupação geral é a cerveja da chopada. Também gosto muito de beber, sair, dançar, e vou em chopadas, mas entendo que não podemos nos limitar a isso.
Namoro: Muito complicado pra explicar por aqui, com palavras. Mas oficialmente, estou solteira.
Família: É...aquilo de sempre, sem tirar nem por. Uns dias de paz, outros de discussão, mas todos muito bons.
Trabalho: Desesperador, explorador, muito cansativo. Mas estou fazendo concursos...Quem sabe sou chamada?
E isso resume bastante minha vida até então.


E vamos ao "assunto" do post.
Não me sinto mais a mesma, e isso vem de algum tempo, e também é por demais natural que assim me sinta.Eu estou crescendo, desenvolvendo novos papéis sociais, criando e descobrindo novos laços e traçando novas relações sociais, e tudo aquilo que eu mais escuto, seja na UFF, no trabalho, em casa, ou no centro...Felicidade.

Todos querem ser felizes ao mesmo tempo.
Mas o que é ser feliz?
Alguém consegue ser 100% realizado no mundo, na vida?
Ninguém é plenamente feliz, e isso é consenso em quase todas as mentes com quem conversei, salvo alguns bêbados que responderam afirmativamente (normal).

Ouvi muitas coisas, dentre elas que:
Felicidade é ter um bom emprego, ter casa, carro...Mas e depois que se conquista esses bens materiais? O que vem depois?
Felicidade é poder estudar, fazer cursos, viajar, aprender coisas novas, novas línguas...Tá, mas e daí?
Ah, felicidade é ter alguém pra dormir todo dia, pra casar, dividir experiências, contas e problemas.
E aí vem a necessidade de ter filhos pra poder chamar seu casamento de família.E aí...
Você ainda não é feliz.

Porque depois de ter tudo que você precisaria ter, você descobre que poderia ampliar tudo que você já tem.
Vai começar a confundir o precisar com o poder. E vai achar sempre que o poder ter é o precisar. Vai vincular sua felicidade ao seu poder de consumo.Vai perceber que pode ter dois carros ao invés de um só, uma casa maior, ou um apartamento com mais quartos, com closet, suite, e tudo o mais que te for oferecido pra colocar todas as quinquilharias que a gente acumula durante a vida.E seus filhos querem e merecem mais espaço, sua mulher, mais conforto. Pra viver/manter isso tudo o que você tem que fazer? Ganhar mais, então...precisa de um novo emprego, ou de uma promoção.
Sua vida vira um espiral louco e você não descobre aonde é que aquela felicidade se enfiou.

Quem é pobre, ou classe média baixa/média, acha que felicidade é acúmulo de bens, dinheiro, porque querem fazer de um tudo, querem para de trabalhar, etc.
Quem é rico, ou classe média alta/classe alta, acha que felicidade é ter tempo pra fazer mais coisas, porque dinheiro é o que não falta.

Depois de pensar um tempo (pouco, porque fazendo tantas coisas ao mesmo tempo, sobraram poucos minutos pras minhas refleções, por mais boçais que sejam), chego a conclusão que a felicidade existe, por mais absurdo e contraditório que possa parecer.
E que quem vai a sua procura, alucinadamente, nunca a acha.
A felicidade é a busca propriamente dita.
Não é o pódium de chegada, é a própria corrida.
Não é a cereja do bolo, é botar a mão na massa.
O que nos faz viver é isso, é a busca, e não a recompensa.
E existe coisa mais bem quista por tanta gente do que viver, continuar vivendo, seja lá como for?

Pois bem, vou ficando por aqui, antes que eu escreva outro Manifesto do Partido Comunista (risos).
Até a próxima (e eu vou me esforçar pra que a próxima realmente seja próxima).