quarta-feira, 29 de abril de 2009

Alone in the dark

Não é fácil resistir às dificuldades que a vida de impõe, ou que você mesmo se obriga a enfrentar. Dentro de um contexto atual ao qual me encontro - e obviamente ao qual me refiro - não dá pra definir melhor do que a frase-título do post.
Foram acontecendo coisas e mais coisas na minha vida em função de uma única pessoa, que não era nem da família, e tenho dúvidas agora de que se um dia se interessou tanto por mim quanto eu por ela.Sim, leitor, o problema é - e continua sendo para toda a humanidade - a porra do AMOR.
Por amor eu perdi a cabeça.Tive motivos pra desconfiar, peguei mentiras deslavadas, fatos destorcidos e uma enorme cara-de-pau de me dizer que eu estava enganada.Eu depositei muitas das minhas fichas nesse relacionamento, isso pra não dizer todas.E me decepcionei.
Até então, eu achava que a culpa tinha sido minha, que eu tinha destruído todo o relacionamento com ciúmes infundados que eu nunca tinha sentido antes por ninguém, uma desconfiança centrada no meu egoísmo, uma paranóia que me levou à depressão e logo depois me levou a atos quase ilícitos (é bom lembrar: eu disse QUASE, e eu não tentei roubar, nem matar ninguém além de mim mesma).
Estou numa fase negra, tentando me recuperar e me culpando por tudo o que aconteceu, não importando o que de fato tenha acontecido.
Parei de fumar, parei de beber, fechei meu corpo pros prazeres da carne (é, eu não fodo mais...), me afastei de 95% das pessoas do meu ciclo social, venho buscando ajuda espiritual e profissional pra esse meu aparente desequilíbrio emocional.Até agora não descobri como tudo isso pode vir a me ajudar de fato, e nem tenho certeza se vai funcionar, mas tenho que tentar.

Tudo começou nas férias, depois de 3 meses afastada da minha namorada, até então.Tive alguns motivos pra desconfiar dela, ela era (e ainda é) muito fechada, o que implicou em problemas na comunicação, e eu comecei a desenvolver uma paranóia gigantesca.
Pode ser que eu estivesse certa o tempo todo, pode ser que todas as traições tenham acontecido, mas eu não tinha o direito de cobrar nada.E existem mais caralhões de motivos pra que eu não me importasse com isso, mas não vale a pena discuti-los aqui agora.Eu estava completamente insegura, e pelo que me parece, ela também.
O fato é que terminamos no meio das férias, e eu fiquei ainda mais perdida.Mais e mais eu me sentia "alone in the dark".
As aulas recomeçaram e então ela estava fugindo de qualquer conversa, de mim, de nós, de tudo.
Conversamos, por fim, e terminamos...Mas eu sentia saudades do corpo, dos abraços, dos beijos, do calor, do sexo...Tínhamos que ter uma despedida.E assim se deu, uma despedida de um mês e meio.
Estávamos ficando, ficamos ficando por esse período, e eu não conseguia conversar abertamente com ela.E até hoje não consigo.Não que eu esteja mentindo, mas é porque sei que ela mentiu e antes de qualquer coisa, ignorando as mentiras, eu sinto que ela não é 100% verdadeira comigo.Tem algo que eu não sei, alguma coisa que me foi omitida.E ninguém que esteja lendo isso tem dimensão do quanto isso me incomoda.E foram coisas bobas, idiotas, que não tem nada a ver com o final do namoro, mas que mesmo assim, me machucaram e me fizeram desconfiar muito de muitas atitudes posteriores.
Ela determinou que não ficaríamos mais por caralhões de motivos diferentes...e nenhum deles me convenceu.Continuo pensando que ela na verdade só queria me afastar por um motivo externo ao qual eu desconheço.
Sei que eu venho sofrendo bastante e por conta disso já fui parar no hospital e até fui expulsa de casa.OK, quem quis descontar a raiva, a frustração, a decepção, a angústia e a tristeza no álcool, no fumo, na noite, fui eu.Isso me faz a maior errada e culpada por ter me dado tão mal assim.Mas o que incomoda é que existe muita coisa que me foi escondida.E eu continuo perdida.
Não sei as reais intenções dela...
Não sei de mais nada...
Só sei que a minha visão mudou, meu jeito mudou, continuo triste e a angústia ainda dói e fica remoendo no meu peito.
A amizade talvez fique, embora eu não tenha certeza disso.
O amor que eu sinto vai ficar ainda um pouco mais.E tenho dúvidas se isso vai ser totalmente esquecido um dia.
Me sinto usada pelas últimas vezes que ficamos juntas, me sinto idiota pelo meu malabarismo de fazer tudo que estivesse ao meu alcance pra ficarmos bem, tudo pra agradar a ela, as conversas...e eu sempre via uma resistência de querer fazer tudo ficar bem, de dar certo.
Terminaram comigo, porque eu estava insegura, porque ela também estava insegura, talvez.Ela não parece sofrer tanto quanto eu, e se está no mesmo sofrimento, tem se mostrado uma pedra.
Eu a amei exponencialmente mais a cada dia que passava, e continuo amando, de uma forma meio desengonçada.Ela diz que me ama também, e é aí que faz menos sentido ainda essa coisa toda.Se nos amamos tanto, porque eu me vejo fazendo de tudo pra dar certo, realizando todas as vontades e me esforçando o máximo que posso pra melhorar e vejo nela um esforço absurdo pra deixar tudo como está, ela faz força pra ficar longe, pra dar errado, pra acabar de vez com toda a nossa história, enquanto eu olho nos olhos dela e vejo o quanto não queria estar fazendo isso.
O que me confunde e me desespera é saber que aquilo que os lábios dela dizem é justamente o oposto do que o corpo dela pede, do que a alma dela sente e o coração dela fala.

Pode não ser amor, pode nunca ter sido, e não faz diferença de não for, porque eu sei que algum sentimento existe.O que me revolta certas vezes é uma ingenuidade quase primitiva, infantil, em relação àquilo que está na frente dos olhos abertos dela que ela se recusa a enxergar.Tanto pro bem, quanto pro mal.
Tem várias pessoas, inclusive meninos, querendo se aproveitar dela, espalhando fofocas e boatos na faculdade (boatos são coisas as quais ela sempre deu a maior importância quando envolviam meu nome e o dela, ou nosso relacionamento).Essas pessoas se põem ao lado dela, fingindo uma amizade, e na verdade é a mais pura falsidade, uma manipulação suja.Isso me irrita, porque pra mim e outras pessoas próximas é nítido, mas só ela não vê.
Assim como ela tem a oportunidade de ser feliz comigo, e isso é uma coisa que eu sei que posso fazer e que provavelmente faria, sem qualquer modéstia.Mas recusa.Tem medo.Foge.
Eu não sou a melhor pessoa pra criticar as fugas dela, porque também tenho fugido da vida, mas tem horas que tentar acreditar num sonho e lutar por ele sem ver o mínimo de resultado e todo o seu esforço sendo desperdiçado cansa.
Tem momentos em que eu canso.Mas canso mesmo.
Mas também canso de fugir.

Ouvi essa semana de um amigo que um “NÃO” não significa um “PARE”, mas sim um “CONTINUE TENTANDO”.
Recebi muitos “nãos” da vida até o momento, e esse é mais um deles.
Tenho que avaliar se continuar tentando com ela vale a pena.
Uma coisa é fato: preciso parar de me esquecer pra ficar sublimando ela, como se ela fosse uma diva, uma deusa intocável, uma musa vaporosa, ou algo do gênero.
Ela é de carne-e-osso, errou muito comigo, eu dei uma chance, eu errei com ela, e ela não quer dar uma chance.O que me ensina que na vida a gente nunca pode contar com a 2ª chance, porque normalmente ela não existe.A 2ª chance é um privilégio.Nesse caso eu acho injustiça, porque nenhuma justificativa dela faz realmente sentido pra mim, exceto a questão familiar (que, diga-se de passagem, tem solução.Mas aí vai da vontade dela buscar essa solução ou não).

Eu estaria(ei) ao lado dela sempre que possível for, mas eu não posso fazer milagres e não posso carregar tudo nas costas sozinha.
Me doei demais, mais do que eu podia, esqueci de mim, mas não me esqueci dela um segundo sequer.Tá mais do que na hora disso acabar, até porque ela mesma me disse que é impossível alguém me amar se eu não me amasse em 1º lugar.Não é que esteja errado, muito pelo contrário, está certíssimo!
Mas, convenhamos...Ouvir isso da boca da pessoa que você ama, que você quer conquistar, a pessoa a qual você sonhou, você convive(eu) por um longo tempo, a que mais significou na sua vida, a mais especial...é FODA.
É basicamente um desestímulo, tipo: “Ô sua idiota, se manca e pára de tentar consertar o que não tem mais jeito.Eu não te amo mais, porra!Me deixa em paz e segue a sua vida!”

E é aí que a dor no peito volta.
Não, tô longe de infartar ainda...Mas é a agonia, a angústia de saber que eu não sou correspondida mais, e que ela ta muito melhor do que eu, que eu to dando murro em ponta de faca...essas coisas e mais outros milhares de clichês que designam uma pessoa teimosa, cega e ainda muito apaixonada por uma outra que não está na mesma sintonia já a algum tempo.

Por uma questão de vergonha na cara, eu parei com tudo.
Parei MESMO.Ou, pelo menos, estou progredindo consideravelmente.

E daí que só restou essa frase: alone in the dark.

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