sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Chinelos

Ela encontrou comigo, ou eu encontrei com ela... já não sei bem mais a ordem.
Eu não tremi, eu não sonhei, eu não gelei. Eu sorri. E ela sorriu de volta. Ela desviou o olhar e ajeitou o cabelo preso num rabo de cavalo algumas vezes.
Era a segunda vez.
A primeira não foi emocionante, não foi incrível, não foi inesquecível. Ela só saiu da área de fumantes e foi comigo tomar uma cerveja e nos beijamos.
Até o segundo encontro foram milhares de palavras, centenas de vírgulas,
Antes estávamos descontraídas, agora era tão comum que achei razoável ela não saber onde colocar as mãos.
Eu tenho medo do esperado às vezes. E acho que ela também.
Da segunda vez foi natural demais, foi bar, cerveja, conversa, 2 ou 3 beijos inocentes, levar na porta de casa, depois tocar meu rumo. Seria bobo, se não fosse pela naturalidade das coisas.
Era como se eu estivesse em casa, de chinelo, na sala, com um short velho e uma camiseta manchada, tomando uma long neck, fumando um, e rindo enquanto via alguma coisa absurda na TV.
E era como se ela estivesse ali também.
Não é nada forçado. Não era só uma questão de se sentir em casa, mas estar em casa, e não com ela apenas, mas dentro dela. Nela.
E foi aí que eu relaxei.
Não tem nada melhor que poder calçar chinelos todos os dias, o dia todo.

Um comentário:

Anônimo disse...

sempre bom se sentir em casa...