O MITO DE ER.
O mito de Er é uma história que Platão conta no livro "A República".Trata-se de um relato, transmitido oralmente, de alguém que retornou do Hades.No mito de Er, o essencial é que fossem quais fossem as injustiças cometidas e as pessoas prejudicadas, as almas injustas pagavam a pena de quanto houvessem feito em vida, a fim de purificarem a alma. Uma tal escatologia desvela um logos cósmico, fundamentalmente moral, na ordem de uma teleologia vinculativa para o humano.
Platão, discípulo de Sócrates, dizia que o poder da virtude era tal que teria repercussões para além da própria e limitada vida de um individuo, ou seja, depois da morte. É assim que retoma o tema da imortalidade e relata um mito, figura literária muito usada na Grécia antiga. Este mito é vulgarmente conhecido como O Purgatório, pois representa, para alguns interpretadores, um nível intermédio entre o Inferno e o Céu.
Como era comum na comunicação oral helénica, Platão conta o que outro relatou, o sucedido a um habitante arménio, Panfílio de nascimento, propriamente um guerreiro, que fora morto em batalha. Dias depois o seu corpo estava ainda incorrupto, e ressuscitaria ao décimo segundo dia na sua pira funerária, para contar o que vira depois da morte. Assim, Platão conta o que outro supostamente observou e comunicou a outros.
Conta Platão que após a sua alma sair do corpo viajou com outras almas até chegar a um lugar divino com duas aberturas contíguas na terra e duas no céu frente a estas. No espaço entre elas presidiam juízes que, depois de se pronunciarem, decidiam para onde se encaminhariam as almas. Os justos seguiam para a abertura da direita, que subia ao céu, os injustos seguiam para a da esquerda, que descia. Todas levavam uma nota com o julgamento e com tudo o que haviam feito. A Er foi dito que seria o mensageiro junto dos homens das coisas daquele lugar.
As almas que ali chegavam vindo da terra pareciam vir de uma longa travessia, estavam impuras e imundas, enquanto que as que vinham do céu chegavam puras e limpas cantando experiências deliciosas e visões de indiscritível beleza. As que chegavam de baixo gemiam e choravam, recordavam sofrimentos e dores da viagem de mil anos por debaixo da terra.
O funcionamento habitual era o de que cada alma pagasse sucessivamente todas as injustiças cometidas, fosse contra quem fosse. A pena de cada injustiça era paga dez vezes. Os actos justos seriam também recompensados deste modo. As interpretações referentes ao número de anos são díspares entre os interpretadores, mas é mais ou menos concensual que cada pena era paga em cem anos, resultando, portanto, nos mil anos totais (dez vezes cem).
Como era comum na comunicação oral helénica, Platão conta o que outro relatou, o sucedido a um habitante arménio, Panfílio de nascimento, propriamente um guerreiro, que fora morto em batalha. Dias depois o seu corpo estava ainda incorrupto, e ressuscitaria ao décimo segundo dia na sua pira funerária, para contar o que vira depois da morte. Assim, Platão conta o que outro supostamente observou e comunicou a outros.
Conta Platão que após a sua alma sair do corpo viajou com outras almas até chegar a um lugar divino com duas aberturas contíguas na terra e duas no céu frente a estas. No espaço entre elas presidiam juízes que, depois de se pronunciarem, decidiam para onde se encaminhariam as almas. Os justos seguiam para a abertura da direita, que subia ao céu, os injustos seguiam para a da esquerda, que descia. Todas levavam uma nota com o julgamento e com tudo o que haviam feito. A Er foi dito que seria o mensageiro junto dos homens das coisas daquele lugar.
As almas que ali chegavam vindo da terra pareciam vir de uma longa travessia, estavam impuras e imundas, enquanto que as que vinham do céu chegavam puras e limpas cantando experiências deliciosas e visões de indiscritível beleza. As que chegavam de baixo gemiam e choravam, recordavam sofrimentos e dores da viagem de mil anos por debaixo da terra.
O funcionamento habitual era o de que cada alma pagasse sucessivamente todas as injustiças cometidas, fosse contra quem fosse. A pena de cada injustiça era paga dez vezes. Os actos justos seriam também recompensados deste modo. As interpretações referentes ao número de anos são díspares entre os interpretadores, mas é mais ou menos concensual que cada pena era paga em cem anos, resultando, portanto, nos mil anos totais (dez vezes cem).
As excepções existiam relativamente a crimes de homicídio ou de impiedade, quer em relação aos deuses, quer em relação aos pais, em que as penas eram ainda maiores. Note-se ainda que apenas eram dispensadas da viagem por debaixo da terra, em sofrimento, quando finalmente se curassem da sua maldade e expiassem totalmente a pena. Só reunindo estas duas condições a abertura permitia que subissem. Platão descreve alguns dos castigos infligidos, nos quais se inclui o ser-se esfolado.
Er observou então que os que já tinham pago os seus pecados regressavam à vida, passando por um lugar onde estavam as três filhas da Necessidade,as Parcas: Láquesis (o Passado), Cloto (o Presente) e Átropos (o Futuro), que teciam o destino dos humanos.
Então, um mensageiro dos deuses pegou em lotes e modelos de vida e dispô-los para as almas escolherem, pois iria começar outro período portador de morte (tempo de vida humana). Havia destinos para todas as espécies, mas destas escolhas resultavam imensas armadilhas. O essencial era escolher a fim de não cair na ganância da tirania e da riqueza, evitar os excessos na vida mundana e optar sempre com muita prudência. Só assim um humano alcançaria a felicidade suprema, não esquecendo que a escolha deveria ser dirigida pela procura da virtude, pois a responsabilidade pesaria apenas sobre quem escolhe.
Depois as almas foram conduzidas para a planura do rio Lete e, junto do rio Amelas, todas foram forçadas a beber uma certa quantidade de água, esquecendo tudo, umas mais que as outras, conforme bebiam mais ou menos. As que irreflectidamente bebiam mais, esqueciam demais.
Troa o trovão e um tremor de terra, era a hora das almas irem ao encontro dos seus destinos a fim de nascerem cintilando como estrelas, e Er impedido de beber acordou divinamente na pira funerária.
Este é um resumo possível do mito de Er, não dispensando a leitura integral, não só do mito, mas também d'A República. O Mito de Er deve ser lido em permanente intertextualidade com os demais mitos e/ou contos platónicos, sobretudo com a Alegoria da Caverna.
Er observou então que os que já tinham pago os seus pecados regressavam à vida, passando por um lugar onde estavam as três filhas da Necessidade,as Parcas: Láquesis (o Passado), Cloto (o Presente) e Átropos (o Futuro), que teciam o destino dos humanos.
Então, um mensageiro dos deuses pegou em lotes e modelos de vida e dispô-los para as almas escolherem, pois iria começar outro período portador de morte (tempo de vida humana). Havia destinos para todas as espécies, mas destas escolhas resultavam imensas armadilhas. O essencial era escolher a fim de não cair na ganância da tirania e da riqueza, evitar os excessos na vida mundana e optar sempre com muita prudência. Só assim um humano alcançaria a felicidade suprema, não esquecendo que a escolha deveria ser dirigida pela procura da virtude, pois a responsabilidade pesaria apenas sobre quem escolhe.
Depois as almas foram conduzidas para a planura do rio Lete e, junto do rio Amelas, todas foram forçadas a beber uma certa quantidade de água, esquecendo tudo, umas mais que as outras, conforme bebiam mais ou menos. As que irreflectidamente bebiam mais, esqueciam demais.
Troa o trovão e um tremor de terra, era a hora das almas irem ao encontro dos seus destinos a fim de nascerem cintilando como estrelas, e Er impedido de beber acordou divinamente na pira funerária.
Este é um resumo possível do mito de Er, não dispensando a leitura integral, não só do mito, mas também d'A República. O Mito de Er deve ser lido em permanente intertextualidade com os demais mitos e/ou contos platónicos, sobretudo com a Alegoria da Caverna.
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