sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Sobre Deusas e Musas

Em um texto é possível colocar, prosaicamente, um "canto Rapsóidico" em forma quase versada sobre o grande amor que arrebata o peito de um amante por uma mulher intocável, incrível e inexistente.
A figura física existe, mas a mulher é apenas uma idealizãção, de forma que se o amante possuir o objeto de desejo...Deixa de ser tudo o que fora um dia, todo o encanto se quebra, porque a idealização deixa de ficar na imaginação do poeta, passa ser palpável, real.
É um paradoxo verossímil que consiste o amor platônico.
São encontros e desencontros adoráveis.Toda vez que se ama, se imagina, se espera, se musifica a mulher amada.A busca é inquieta, incessante.E depois da conquista, da posse...a descoberta que o que se imagina, jamais vai se tronar realidade, poque não passa de sonho e todo sonho é ilusão.
Como uma mágica cruel.
E, para também explanar alguns sentimentos meus, cá está o novo - mas nem tanto - texto da minha coletânia tão empobrescida e fraca pela agonia errante que o verbo amar me faz conjugar.

Afrodite,

Amo-te assim digo-lhe sinceramente...
Tu és para mim um sainete,
Talvez, quase certo, podes ser até mais do que estimo tanto.
Lamento...
Sinto que para tu, que quase não me percebes, seja apenas um sáfaro...
Mas não desistirei, sou um loquaz.
E apesar de minha loqüela incomodar-lhe,
Pois culto não sou,
E se minha lorpice estupidamente forte não lhe agrada,
Sinto em provocar tais sentimentos,
Mas posso provar-lhe que
Apesar de não ter muita dimensidade em assuntos rebuscados
Apesar de atingir esse seu padrão de cultura
Sou mais agradável e melhor do que posso aparentar-lhe.
Por ti, Afrodite de meus sonhos,
Vivo essa vida triste e cinzenta,
Sem vontades,
Sem gostos de primavera,
Nem verão,
Nem outono,
Só há o inverno, e o inferno...
E o escárnio, tudo teu,
Feito só pra mim...
Quando te olho,
Meio que contra vossa vontade,
Encaro teus olhos,
Negros olhos,
Imagino-me banhado em meio à lucidez destes,
E não são sós os olhos,
Teu corpo libera uma lucerna,
Já vista como divina,
Divinamente bela.
És de extrema delicadeza e beleza.
És o colosso de minha vida.
Teu corpo é, ao mesmo tempo,
Sorte e perdição,
Antítese do destino...
Seu andar é tão lascivo
Quão teus negros olhos,
Que me parece um poço de desejos
Desejos secretos,
Desejos ardentes,
Desejos gozosos,
Desejos perigosos,
Exatamente como é a dona destes
Mas apesar de seres tão fria
Em tuas mostras leves de desprezo
Por mim,
Que amo-te acima de vidas ou mortes,
Quero cobiçar-lhe,
Mesmo vendo que sua atenção por mim esmirra-se
Pouco a pouco, de vento a vento,
Quero ver-te mais de perto,
Seguir-te a esmo com meus olhos
Que transbordam de esmero
Em todas as vezes que,
Ao menos,
Pensam ver-te pelas ruas,
Nos outros rostos,
Em outros corpos,
Em outras histórias,
Em outros risos,
Em outros braços...
Sentir que perder-lhe-ei aos segundos
Parece-me aterrorizante e estúpido
Caio novamente em lágrimas,
Pela dor e pelo amor,
Que já se confundem,
E que me dizem:
“Esta é a dor de amar,
Sinta-a e morra,
Chore e perca a honra,
Subestime-a e lute!”
Eu só penso se um dia tu virás até mim,
O que nem tanto,
Só peço-te para ouvir-me,
Faça-o e renda-se,
Caia em meus braços e sejas feliz,
Como jamais fora feliz com outro homem...
Ah!Se tu soubesses como este amor me pesa!
E pior é que sabes que vos amo.
E por raiva, ou por aversão a minha pessoa,
Procuras qualquer réprobo que vês e beija-o
E ama-o, afaga-o,
E mata-me, e castiga-me, e tortura-me.
Jamais pensei que seria tão perigoso e doloroso amar-te,
Mas se vivo é porque quero correr perigo e quero sentir dor,
Queremos e precisamos.
Perto de ti, minha deusa,
Sou apenas um lapso do tempo
Que passa a vida a admirar tamanha beleza
E formas tão belas,
Com que sonho e sigo sonhando,
Penso em teu corpo nu
Em suas curvas
Em seus cabelos,
Macios e cheirosos,
Em seus seios
Dentre tuas pernas
No seu rosto
Nos seus lábios,
Os quais daria tudo para beijar.
Penso em tua feição,
Sentindo prazer,
Sentindo dor, excitação
Sua voz rouca a pedir mais,
Minhas mãos afagando-te,
Apertando-te,
Enlouquecendo-te,
Seu gemido,
Seu grito,
Suas mãos em meu corpo,
Meus beijos em ti,
Teus beijos em mim,
Nossos lábios se cruzando...
Seria o máximo de prazer,
Ápice de vida.
Ao lado de ti, minha deusa,
Meu mundo completar-se-ia
Não haveria mais problemas
E eu seria eternamente feliz, na incompletude do meu ser.
Como o amor desde sempre é eterno.
Peço-te, ó deusa da libido,
Que seus olhos olhem-me,
Seus ouvidos ouçam-me
E que seus coração se abra,
Pois já tentei esquecer-te
Por várias vezes
E nunca consegui,
Só me corroí.
Não viveria com alguém que não amo
Só por prazer ou solidão.
Quero-te!
Não por tempos,
Mas sim vida inteira
E morte.
Deixe-me tentar fazer-te feliz eternamente...
Este é um pedido de alguém que só vive por ti,
Cujo amor permanecerá
Apesar, além e através do tempo.
Cujo coração somente se mantém batendo por ti.
Amo-te,
Minha deusa Afrodite!
Amo-te, quero-te, adoro-te, idolatro-te...
Para todo o sempre...

4 comentários:

Anônimo disse...

Adorei o texto!! muit inspirador e apaixonante!! saudades de vc..

Anônimo disse...

alô, nostalgia!

continua lindo
mais ainda com o cheirinho de naftalina

*-*'

Gabriel Mororó disse...

Realmente belo seu texto meio longo mas cada poalavra vale apena de ler.
Bjos amiga

Unknown disse...

Nunca me esqueci deste...