sábado, 18 de setembro de 2010

A UFF DECIDIU QUE NÓS NÃO VAMOS PAGAR NADA!

Entre os dias 30 de agosto e 3 de setembro, a Universidade Federal Fluminense teve oportunidade de presenciar um momento bastante interessante e importante também: um plebiscito, que fez parte do processo estatuinte da universidade, teve voto universal e decidiu sobre a gratuidade na instituição. Muita gente se perguntou do porquê disso, afinal, a UFF é federal, pública e gratuita certo? Bom, não é bem assim que as coisas funcionam... Atualmente, a UFF abriga mais de 150 cursos de pós graduação pagos: que utilizam espaço e recursos da universidade, com professores concursados – muitos de dedicação exclusiva -, e cobram mensalidades que podem chegar até 1.500 reais. Além da cobrança, esses cursos representam um foco de corrupção: não há prestação de contas – motivo pelo qual a universidade vem sendo investigada pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas da União – e são administrados pela FEC, que é uma fundação de apoio que não precisa fazer licitações ou dar maiores satisfações de como gerencia o seu dinheiro.
Como fez parte da reformulação do Estatuto – processo que já se prolonga há 12 anos, e decidiu levar as divergências à voto da comunidade – a decisão era entre duas propostas de texto, um elaborado pela Comissão Estatuinte que previa a gratuidade do ensino em todos os níves e sob responsabilidade da União; e outro apresentado pela Comissão de Sistematização do Conselho Universitário, que garantia a gratuidade apenas para os cursos de graduação e pós graduação scrito sensu, excluindo dessa forma as pós lato sensu. O plebiscito movimentou a universidade: muitos estudantes, professores e servidores usaram adesivos pela gratuidade, com o porquinho rosa que se tornou o mascote da campanha, e colaboraram divulgando através de redes sociais como o twitter. O pleito teve um total de 13.248 votos válidos – mais que a última eleição para reitor -, o resultado das urnas, apuradas durante todo o dia 4 de setembro na quadra da Faculdade de Direito, apenas comprovou o que clima já indicava: com 86,7% dos votos no Sim, a comunidade acadêmica decidiu por uma UFF 100% gratuita.

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