Nós terminamos, mas porque não nos desligamos ainda?
Aonde está o problema?
Por que não conseguimos conversar? Só gritar, brigar, e nas horas vagas, uma ou duas palavras de carinho nos intervalos. Isso é muito ruim...Ruim demais!
Você me diz que a gente vai casar, ter filhos. Eu juro que eu queria acreditar nisso como antes, queria mesmo sentir o meu coração batendo forte, descompassado como foi nos últimos anos.
Não dá pra voltar no tempo...
Eu queria te amar como eu te amava no início, queria rir das suas gracinhas, saber o limite entre brincadeira e humilhação, te proteger, te olhar dormindo, brincar na sua barriga, andar de mãos dadas com você na praia, olhar o céu, ver o sol nascendo, se pondo. Queria ter feito aquela viagem que não saiu, e você não sabe como isso me incomoda. Queria sentir aquele desejão, quando vc beijava minha nuca, me deixava alucinada.
Tudo foi se acabando, a gente foi deixando o tempo passar, estávamos ocupadas demais nos exigindo o mundo, brigando, nos ofendendo. E eu te amava tanto, tanto...que só de pensar chega a doer.
A gente terminou, nos falamos pouco, quase nada. Meus amigos, cadê? Eu me pego tendo inveja, raiva e às vezes ciúme de você. A gente se distanciou, mas a gente não quer isso, é torturante. A vida tá muito ruim sem você, pelo menos fica do meu lado.
Fico aqui, fazendo de conta que tá tudo uma maravilha, quando na verdade só quero desabar e chorar no seu ombro, quero - como hoje - um abraço demorado, um ouvido pra eu poder desabafar, um ombro pra eu desabar. Vejo você feliz, tendo sucesso em tudo, conquistando amizades novas, fazendo coisas novas, falando coisas que nmunca disse antes, valorizando seus bons momentos. Você tá linda, tá com um ar mais jovem, alegre, tá magrinha, seu cabelo tá perfeito. Eu estava assim também quando você tava mal, assim que a gente terminou. Me sentia uma criança, livre. Agora esse furor de liberdade passou. Agora eu vivo me contendo, querendo sumir, ligando pra vc quando a paciência está por um fio, ou quando o meu coração tá explodindo de tristeza, pedindo ajuda pra coisas que nem fazem sentido, usando qualquer coisa como desculpa pra te ouvir, pra estar perto da pessoa que mais me deu valor, atenção, carinho, que foi fiel o tempo todo, que me deu uma chance, que me permitiu ser quem eu sou de verdade, e que não tem vergonha de mim por nada, nem vergonha de si própria. Como você mesma disse "eu gosto de estar com quem eu amo, gosto, e eu gosto de que as pessoas saibam quem é essa pessoa, e que vejam como essa pessoa me traz felicidade".
Eu realmente te amo, e você pode considerar esse post uma declaração de amor (ou quase isso), e é por te amar que faço qualquer coisa pra ver esse sorrisão enorme no seu rosto. Você sorri com o coração, com os olhos, com a pele, até com o fígado se bobear.
Você aprendeu a viver, depois de anos te dando esporro pra você ser mais séria, responsável, organizada...
O fato é que a gente faz tanto parte uma da vida da outra que não conseguimos mais ficar sem esses momentos.
Isso leva sempre a uma idéia de volta, de que a gente precisa dar a vigésima sétima chance pro nosso relacinamento amoroso reacender aquela chama veeeeeeeeeelha.
Mas não dá, simplismente não dá. E você sabe disso.
A gente não se ama como mulher mais, talvez tenha um pouco de atração, uma saudade de fazer sexo, de sentir a pele-na-pele. E isso se mistura com todo o carinho e respeito que permeia a nossa tentativa de amizade, com rompantes de ira, e tudo mais.
Mas acho que não vai passar disso. Não posso falar pelo dia de amanhã, não posso dizer que nunca mais teremos nada, se tiver que ser, um dia, será. Mas acho que a gente tinha que trabalhar isso de outra forma.
A nossa probabilidade de dar errado é tão grande ainda, na verdade, a cada passo que ficamos mais distantes uma da outra eu percebo como a chance de erro é grande, infinitamente maior do que a possibilidade de sucesso. Pelo menos agora.
Não dá pra pensar em voltar...Senão vamos viver eternamente o pandemônio que vivíamos nos últimos meses de namoro:
"E se admitirmos que nosso relacionamento está acabado?
E nos mantivermos nele, mesmo assim?
Nós o aceitamos.
Nós brigamos muito.
Quase não transamos mais.
Mas não queremos deixar um ao outro.
Assim poderíamos passar a vida juntas.
Miseráveis.
Mas felizes de não estarmos separadas."
Não quero morar com você, nem namorar, nem ficar divagando como seria nossa vida de comercial de margarina se tentássemos novamente, para sermos infelizes para que possamos ser felizes.
Merecemos mais do que ficarmos juntas pelo comodismo, pelo medo de sermos destruídas se não ficarmos.
Se a gente tiver que ultrapassar os limites da amizade, de novo, pra tentar de novo, não vai ser agora, nem dessa forma. E muito menos vai depender dos outros.
Vai acontecer, se acontecer, na hora certa, da forma certa.
Enquanto a gente não tem a resposta, vamos nos manter na civilidade amistosa com que nos tratamos pra não ter chance de colocar até a amizade a perder, que é uma coisa que nem gostaria de pensar, porque eu te amo muito pra deixar vc sair de pertinho de mim de novo.
Some não, hein?
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