segunda-feira, 25 de abril de 2011

Picante

Quero queimar no seu toque
Sentir prazer incendiar minha mente,
Embaçando as vidraças,
Arranhando minha voz,
Sufocando minha respiração,
Derretendo meu corpo,
Me sentir transpirando, quente.
Me deixa arder no seu fogo
Virar cinzas depois do prazer.
Me deixa consumir todo seu ar
Pra depois me apagar.
É nessa fogueira que quero queimar
Pelo crime de te desejar
Desse jeito tão carnal,
Sujo e visceral.
Não há depois, não há poesia.
Existe o agora, e o que eu quero.
Quero colocar lenha na fogueira,
Ver o circo pegar fogo,
Quero deitar na cama e mergulhar na fama.
Quero ser sua.
Quero te amar, mas não tanto além desse quadrado acolchoado.
No chão, nas paredes...
Todos os cômodos
Tudo o que o fogo pode - e vai - lamber
Mais que minha língua de pimenta
Branca, Preta, Malagueta, Rabañero, Chilli...
Todas não ardem mais do que meu beijo.
Como um vulcão,
Espalhando magma por todos os lados
Em forma de lava e braços
Por todo o quarto.
E só deixar a temperatura subir
E permitir nossos sentidos entrarem em ebulição
Como absinto com laudênio derretido.
O veneno que queima e consome, como o fogo.
E hoje, quero sentir queimar,
Quero ser pimenta, quero ser ardor, quero ser calor
Quero desvanescer, desidratar, queimar
Quero erupcionar, quero explodir
Quero você.
Mais quente impossível.

2 comentários:

Jalapeño disse...

Adoro pimenta!

kdengo disse...

Camoes escreveu: ""Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente..."

E voce disse: "...que minha língua de pimenta
Branca, Preta, Malaguera, Rabañero, Chilli...
Todas não ardem mais do que meu beijo."

Entre o poeta e voce; Eu fico com o beijo seu.